sexta-feira, 22 de maio de 2020

Composição tipológica de textos como atividade de formulação textual

Texto base: "Composição tipológica de textos como atividade de formulação textual" (TRAVAGLIA, Luiz Carlos, 2002)[1]
            Tipologia textual é a forma de se organizar o texto, e o autor nos traz justamente as "ferramentas" para que os escritores possam aplica-las de forma que o leitor entenda o conteúdo de forma espessa.
Na formulação textual, a seleção advém de determinados tipos de texto, que por sua vez, determina procedimentos do escrito, tais como: a) seleção e organização de informações, inclusive sua distribuição por categoria ou partes da superestrutura (alguns funcionam mais e outros menos); b) a constituição da superestrutura do texto; c) a composição da sequência linguística.
Quando o texto combina as suas informações, se torna coerente. Na sua formulação o autor tem uma finalidade comunicativa, e espera que ao final da leitura o leitor receba a "mensagem" de forma eficaz; Além de organizar as ideias, é importante se atentar a ordem, visto que, afetará diretamente no objetivo do autor. As palavras e frases servirão de veículo para que o texto caminhe ao nível micro, e ao nível fonológico, morfológico, sintático, semântico e pragmático.
Dentro da tipologia textual, existem os gêneros e os subtipos. Os elementos tipológicos sobredeterminam ou determinam, basicamente, os seguintes aspectos na formulação de um texto: a) a seleção de informações de uma dada natureza para constituir o texto; b) sua "superestrutura"; c) elementos composicionais de formulação da sequência linguística, advindo de correlação entre marcas e propriedades próprias do elemento tipológico.
O presente texto aborda a primeira "camada", proposta por Travaglia (2001), composta por quatro elementos tipológicos: descrição, narração, dissertação e condicionalide. Como um tipo pode apresentar subtipos e gêneros, também estes podem ter influência na natureza das informações escolhidas para formular o texto. 
Assim, se tivermos uma narração do subtipo "história", os episódios precisam ser ordenáveis no tempo do mundo real, caminhando em seu conjunto para um determinado fim ou episódio desfecho que encerra a série, todavia, se tivermos uma narração do subtipo "não história", os episódios não precisam ser encadeados no tempo em direção a um fim, mas devem ser vistos como constituindo um grande episódio. Isto é o que acontece, por exemplo, no gênero "ata" que é subtipo "não história" do tipo narração.
Em segundo lugar, quanto à constituição/formulação de uma estrutura esquemática ou "superestrutura", o que mais observa é que dentro de uma determinada cultura dominada o texto de dado tipo só funciona se for formulado de modo a reproduzir este esquema básico.
Alguns tipos de texto possuem outros aspectos a essa superestrutura, podendo integrar aspectos de tipologias diferentes, que não necessariamente são pertencentes a essa estrutura.
No caso da narração temos a orientação o anúncio, resumo, a complicação, a resolução, o resultado. A falta desses elementos geram problemas.
Não existem características exclusivas de um tipo de texto, os aspectos que são característicos em um, podem ser encontrados em outro, podendo identificar seu gênero dos vários aspectos.
A forma narrativa separa-se em duas formas: o mundo comentado e o mundo caracterizado por tempos verbais.
Para Travaglia, o uso dos tipos verbais, situações, formas e categorias trazem marcos linguístico.
Características dos quatro elementos tipológicos:
1. Textos descritivos: trás verbos dinâmicos, verbos de ligação, frases nominais, verbos ligados à visão, a descrição é dada pela relação tempo referencial e o da enunciação.
2. Textos dissertativos: muitos verbos gramaticais, ordenadores textuais, expressões, verbos dinâmicos, estáticos e gramaticais, verbos referenciam o ser pensante, aspecto imperfectivo, traz certeza, probabilidade e possibilidade, tem todos os tempos verbais, mas é predominantemente atemporal.
3.   Textos injuntivos: tem modalidades imperativas contem versos dinâmicos aparecem verbos ligados à execução de ações, não se atualiza o aspecto, só é possível em modalidade imperativas, tempo característico é o futuro.
4. Texto narrativo: marcadores sociais e auxiliadores aspectuais, verbos dinâmicos verbos enunciativos de contar e assistir, aspectos perfectivos, modalidades característicos: certeza e probabilidade, o tempo de perda da relação entre o tempo referencial e o das enunciações. 


[1] TRAVAGLIA, Luiz Carlos . Composição  tipológica de textos como atividade  de formulação textual (2002).  Revista do GELNE, Fortaleza, v. 4, n.  1/2, p. 32‐37, 2005. ISSN/ISBN:  15177874.

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