O principal objetivo do texto estudado são os turnos discursivos, onde há
dois falantes, representados por “A” e “B”; quando o elemento “A” reverbera a
sua ideia e conclui, o elemento “B” entende que é para ele continuar, podendo
ser uma resposta, algum comentário ou observação. Nessa conversação há
revezamento, onde um conclui e o outro retoma, assim sucessivamente. Essa
retomada é denominada assalto, onde o outro toma o discurso. Ele pode ser com
deixa (quando o falante abre espaço para o outro) ou sem deixa (quando o falante
está no meio do discurso e é interrompido).
A organização das sequências de turno é feita através de perguntas
fechadas. Uma pergunta aberta é quando há mais de uma resposta ou exige
criatividade para formular uma resposta a partir das suas próprias ideias. A
pergunta fechada é quando ela é respondida apenas com “sim” ou “não”.
A oralidade é um conjunto que não pode ser transcrito no texto, porém, ao falarmos, levamos alguns marcadores conversacionais para conseguirmos passar a mensagem da forma desejada e sem ruídos; também serve para demonstrar quando o falante conclui a sua ideia e que esta na vez do ouvinte assumir a posição de fala. Todas essas marcas, por exemplo, “não, entendeu?” – ‘certo?’- ‘exato!’ –‘unhum’, etc. podem ser usados no começo, meio e fim da conversa; são organizadores das sequências de turno.
A oralidade é um conjunto que não pode ser transcrito no texto, porém, ao falarmos, levamos alguns marcadores conversacionais para conseguirmos passar a mensagem da forma desejada e sem ruídos; também serve para demonstrar quando o falante conclui a sua ideia e que esta na vez do ouvinte assumir a posição de fala. Todas essas marcas, por exemplo, “não, entendeu?” – ‘certo?’- ‘exato!’ –‘unhum’, etc. podem ser usados no começo, meio e fim da conversa; são organizadores das sequências de turno.
Os marcadores
conversacionais podem ser divididos em linguístico (verbais, prosódico) e
paralinguístico; são estratégias de discurso que
mostram para o ouvinte a intenção do falante, por exemplo, continuar a fala ou
não, pergunta retórica ou não. A partir disso, temos quatro tipos de marcadores:
O simples (mas, eh, olha, exato, é, então, etc.), composto (sim, bom, aí, e
então, tudo bem, mas, etc.) oracional, que é um marcador que está na própria
frase, quando o falante quer que o outro entenda e continue, por exemplo: “acho
que vai chover você não acha?”. Este “você não acha?” é um marcador oracional,
o falante quer que o outro fale alguma coisa, não necessariamente sobre o
tempo, então ele coloca uma marca em seu discurso. Por fim, temos o prosódico que
é a “melodia” e não há marcas na frase em si, mas, na entonação em que a frase
é dita; um bom exemplo para notarmos essa marca, é quando fazemos uma pergunta,
uma vez que não utilizamos a entonação correta, ela pode se tornar uma
afirmação, não passando a mensagem desejada ao ouvinte.
O marcador
paralinguístico não está presente na frase e nem na tonalidade, mas em seus
gestos corporais estabelecendo relações entre ouvinte e o leitor. A construção da
compreensão é feita através de estratégias: negociação, que é um aspecto essencial para a produção do sentido
numa conversação, mas, Marcushi[2]
nos atenta para o fato de que nem tudo é negociável, por exemplo, não
negociamos convicções e crenças. Depois da negociação, se estabelece um foco comum, onde há sucesso na troca de
informações, partilhando de interesses em comum (antes existentes ou
construídos na interação). Não há sucesso entre duas pessoas que divergem o
assunto.
A Demonstração de
(des) interesse e (não) partilhamento
ocorrem quando não há sintonia cognitiva entre os interlocutores, os mesmos
discorrem em campos diversos. O interesse está na vontade de ouvir o que o
outro tem a dizer, que é notado através dos marcadores conversacionais citados
anteriormente. O mesmo ocorre com o desinteresse, porém, com aspectos de
desdenha, não olhar nos olhos, entre outros.
Há também a existência e diversidade de expectativa;
quem fala sempre cria uma expectativa prévia sobre o que o outro irá dizer, e
quando o esperado não acontece o falante passa a procurar estratégias para ter
sucesso na conversa, por isso é importante ficar atento às reações.
Por ultimo, temos
as marcas de atenção, que é
perceptível em um diálogo, se há sincronia, existe também uma atenção maior na
fala do outro, mas, quando não há, terá problemas na interação.
[1] DIONÍSIO, Ângela Paiva. Análise da Conversação. In: MUSSALIM,
Fernanda; BENTES, Anna Christina. Introdução à linguística: domínios e
fronteiras. v. 2. São Paulo: Cortez, 2001. p. 69-99.
[2] Marcuschi, L. A. 1998. Atividades de compreensão na interação verbal.
In D. Preti (Org.), Estudos de língua falada: variações e confrontos, São
Paulo, FFLCH/USP, 1998b, p.15.
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